segunda-feira, 22 de junho de 2009

O tempo, o espaço e um dicionário?

Se os homens são de Marte e as mulheres são de Vênus, por que é que ainda não inventaram um dicionário marciano – venusiano, ou venusiano – marciano? Começo a achar que essa seria uma das soluções para os tão recorrentes colapsos de comunicação que existem entre fulano e ciclana quando começam a estabelecer certo grau de relacionamento...
Não sei vocês, mas eu já cansei de ver o quão difícil (e confesso, HILÁRIO!) tentar traduzir mensagens dos conterrâneos daqueles seres “verdinhos” de Marte (aliás, alguém pode me dizer por que cargas d’água os marcianos são representados na cor verde se eles são oriundos do chamado Planeta Vermelho? – Será que é por isso que só os homens podem ser diagnosticados como daltônicos???).
Enfim, sejam por e-mail, SMS, scrap, testemunho, telefone, fax, sinal de fumaça, cartinha ou post-it, as palavras usadas por ELES parecem ter outro significado no jogo da conquista. Ok, ta certo que ambos, tanto o homem quanto a mulher, estão naquela fase indefinida (aquela que nós, mulheres adoramos chamar de ‘casinho casual’, sabe?), mas será que indefinido também deve ser o código usado ali?
Complexo? Eu explico melhor. É normal (e bem gostoso!) fazer aquele joguinho do “quem vai ligar primeiro?”, “quanto tempo esperar pra responder um e-mail, um torpedo etc.”, “saímos semana passada, espero passar o final de semana para dar sinal de vida?”... Mas, sejamos sinceros: toda e qualquer brincadeira tem que ser muito bem feita para não perder a graça (e convenhamos, não há muitos comediantes bem-sucedidos por aí...). É por essas e outras que começo a achar que além de planetas diferentes, a noção de espaço e tempo também difere e muito quando vistas sob a ótima masculina e feminina. Você duvida?

Tente lembrar daquele começo de troca de e-mails, "torpedinhos", ligações (raras, mas até que existentes) despretenciosas e inesperadas no meio da semana para estabelecer certo contato e, digamos, frequência (?) de comunicação para o desenrolar do "casinho"... Quantas vezes você leu, releu, relatou ou deu simplesmente um "reply" pra melhor amiga te ajudar a DECIFRAR uma dessas mensagens na tentativa de formarem uma "conversa" com frases que fizessem sentido e pudessem ser consideradas um "diálogo"?

Não seria mais fácil se pudéssemos contar com uma ferramenta prática como um dicionário que traduzisse certas sentenças que a nosso olhar de Vênus só podem mesmo fazer sentido em Marte? Abaixo arrisco alguns palpites:

O tempo segundo o dicionário "marciano":
- Amanhã pode significar três dias depois de ontem;
- Semana que vem tem sempre dois finais de semana no meio;
- Quinta-feira às vezes é terça da outra semana;
- Sábado é um dia que pode não existir no calendário marciano...

Em uma outra linha, minha teoria esbarra na onda do cheque sem-fundo... Afinal, não é raro perceber essas mensagens tão repletas de frases sem-fundo - aquelas que desviam atenção ou que servem apenas para sondar o outro lado “da linha”, ou “da tela”, no caso de e-mails e torpedos... Quer exemplos?
1. As famosas frases: “eu andei sumido” ou “você anda sumida, o que aconteceu?” – dependendo do seu grau de paciência (isto é, se a piada ainda está ou não engraçada), às vezes não dá vontade de responder: “continuo percorrendo o mesmo circuito que, aliás, você já sabe qual é”;
2. Argumentos como “incompatibilidade de agendas” é outra frase que começa a soar como “sem-fundo” total: parece aquela mania de paulistano de “vamos marcar uma cerveja”, ou “passa em casa pra tomar um café” só que ele nunca dá o endereço, nunca marca um dia certo e o compromisso passa sempre batido...
3. E um último tópico: o sempre imbatível "xixi no poste"! (Coisas do mundo animal que explicam muito bem porque é que quando a gente menos espera surge um sinal de fumaça do "macho" sondando a fêmea...) É pura necessidade de "marcar território", deixar o cheiro pra lembrarmos que eles existem?! A variação da famosa "carta na manga"...


Well, só o que tenho a dizer hoje é que um dicionário talvez ajudasse, ou uma passagem pro mundo maravilhoso das novelas de Glória Perez... Afinal, se indianos, brasileiros, americanos e árabes, além de falarem e entenderem a mesma língua, conseguem também se apaixonar e se relacionar com uma facilidade ímpar, o fato de os homens serem de Marte e as mulheres de Vênus deve ser um mísero detalhe...

P.S. E mesmo que não fossem, Pandit serve como um tradutor bastante auspicioso para resolver esses impasses...

6 comentários:

Fabi disse...

Sensacional Mel!!! Sinto que eu fui a sua inspiração hoje. rsrs As nossas risadas renderam um ótimo texto. Parabéns!

Mari disse...

Hahaha, amei! E até o Pandit entrou na história. Para quem estava sem inspiração, hein, Dona Mel? Arrasou!
Beijinhos

Unknown disse...

Great!
Inteligente e cômica.
Suas comparações são ótimas. Remeteram várias senas da minha vida :)
Dei mtas risadas.
Parabéns Mel
Faby (UAM)

Thaís Pacheco disse...

Fato que não há mulher no mundo que não se identifique com essa.
Agora, a sua pergunta é muito pertinente e aguardarei ansiosa por uma resposta: pq homens verdes se vêm do planeta vermelho?

Shamash disse...

Fabi, realmente você tocou num aspecto muito interessante, inclusive na questão do daltonismo. kkkk.. Quanto ao tempo, segundo nosso dicionário, depende do interesse na venusiana e no tempo da relação tbm. Qto maior o interesse, mais chance de amanhã ser amanhã, de 5a-feira ser na 5a-feira, e assim por diante.. Caso contrário, isso poderá se estender. Mas isso tem explicação científica (astronomica): Vênus demorar 243,01 dias terrestres para completar UM dia, enquanto Marte faz em 24h37min o mesmo movimento. Em outras palavras, vocês estão sempre atrasadas, ou estão dormindo no ponto. Kkkk.. Com todo respeito, é claro! Bjs. Parabéns pelo blog, sempre muito bom!

Nick Marshall disse...

Claramente como todo dicionário, não tenho a tradução para TODAS as palavras, mas se souber ouvir, imparcialmente analisar o caso sob a visão do outro, terá a maioria dos sinônimos.
O único problema (pelo menos pra mim) tem sido encontrar alguém com a mesma coerência analítica...
O reconhecimento póstumo somado a NÃO AÇÃO sobre o ocorrido numa idêntica situação futura é desanimador.